Saúde

Santa Casa busca alternativas após demissão de médicos

Oito clínicos rescindiram seus contratos e deixaram de prestar serviço desde sábado; equipe estava desde fevereiro sem receber o salário

Clínicos gerais do serviço de Pronto Atendimento em Traumatologia da Santa Casa de Misericórdia de Pelotas cancelaram seus contratos no último sábado. Eles estavam sem receber desde fevereiro. São oito médicos que aguardam a quitação das dívidas. O grupo notificou a instituição através do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) e solicitou prazo de 30 dias para o depósito dos valores, o que não aconteceu.

Apesar dos clínicos terem cancelado seus contratos, o serviço de triagem na ala não foi paralisado, já que o hospital fez a reposição de novos profissionais. A traumatologia está entre os principais serviços prestados.Os funcionários eram responsáveis pela triagem de pacientes no setor. Um deles é o clínico geral de 31 anos, que prefere não se identificar. Ele entrou no hospital em 2012 - desde lá foram dois anos em uma situação incerta, com salários atrasados e seis meses em que não recebeu. O resultado: R$ 20 mil acumulados. Uma colega já contabiliza mais, R$ 100 mil.

Fora isso, o grupo não obteve férias nem reajuste em cinco anos. Ele também conta que tentaram, por inúmeras vezes, negociar a situação - sem sucesso. Hoje os clínicos trabalham uma solução junto ao Simers.
Lauro Ferreira de Melo, provedor, atribui a dificuldade à defasagem da tabela de valores do SUS sobre os procedimentos, alguns sem reajuste há 21 anos. “Um raio X, por exemplo, custa R$ 18,00 pro SUS. Para a Santa Casa o valor quase dobra: R$ 32,00. O hospital vem descontando isso com o que recebemos de consultas particulares e convênios”, explica. Lauro diz que tem buscado alternativas para sanar essa conta, de R$ 1.3 milhão mensais.

Fora o aumento de atendimentos particulares para compensar a defasagem, o provedor sinaliza uma nova contratação com o SUS a partir de agosto: aumentar os procedimentos de alta complexidade. Com isso será possível arrecadar mais R$ 700 mil por mês.

Sobre a dívida com os clínicos, Lauro pretende quitar o valor através da venda de imóveis de propriedade do hospital. A administração afirmou ter condições de pagar parte dos salários atrasados somente em outubro.

Em números
36 mil atendimentos via SUS em 2016
60 médicos atendem pelo sistema
Dívida mensal de R$ 1.300,000,00
Mais de R$ 700 mil mensais são aguardados após nova contratação com o SUS seja aprovada

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